
Uaaal! Podem me chamar de guerreira porque eu nunca demorei tanto para ler um livro como eu demorei a ler este. Não porque ele é grande (mesmo que ele seja) ou porque ele é chato (porque ele não é), mas porque é um livro para ser degustado, apreciado, digerido lentamente. Mesmo sendo o tipo de livro que te prende e te faça querer saber o que vem em seguida, é um livro que faz o leitor economizar páginas. Quando você percebe que o final está chegando, você dá um pulo e grita “Como assim já está chegando o final?”.
Foi assim comigo. Eu amei ler este livro pelo simples fato de ser uma trama tão bem estruturada e tão bem tecida que você se pergunta como o escritor pôde fazer isso. Simplesmente não há falhas nem buracos no enredo. Stieg Larsson, resumindo, deu um show em Os Homens que Não Amavam as Mulheres.
A narrativa sueca tem como personagem principal Mikael Blomkvist, um jornalista econômico e editor-chefe de uma revista, Millenium, e que tem um caso com uma antiga amiga dos tempos de faculdade e chefe da revista em que ele trabalha (que é casada e o maridão sabe que ela tem um amante, diga-se de passagem) e acaba de cair em uma armadilha jornalística. Mikael, na tentativa de desmascarar um grande empresário com a ficha suja, publica informações falsas e é condenado a três meses de prisão pelo delito.
É nesse momento de declínio da revista em que nosso herói é convidado para desvendar um grande mistério que ronda uma família legendária, os Vanger, há cerca de 40 anos: o caso Harriet Vanger, a garota prodígio desaparecida misteriosamente.
Mikael lança-se nessa investigação totalmente descrente e indisposto. Porém juntando o fato de que precisava se afastar da revista e da imprensa de Estolcomo, aceita o emprego e acaba se envolvendo nesse mistério que mexe com os nervos do leitor.
Em meio a tantas investigações e um aparente avanço nas pesquisas, Mikael conhece o melhor hacker da Suécia, Lisbeth Salander, uma garota de vinte e quatro anos completamente as avessas de uma vida social normal. A partir desse ponto, enrolam-se todos os temas do livro, como violência sexual, crimes nazistas e contra mulheres, invasão a privacidade por meios de programas e crimes de colarinho branco.
A série Millenium é composta por três livros em que o primeiro é Os Homens Que Não Amavam As Mulheres e os seguintes são A Menina Que Brincava Com Fogo e A Rainha Do Castelo De Ar, os quais eu espero ler e comentar em breve.
Enfim, Os Homens Que Não Amavam As Mulheres é um livro surpreendente com um enredo envolvente e repleto de mistério e cenas chocantes (um trecho do livro, particularmente me fez tremer pelos 30 minutos seguintes a minha leitura e me deu náuseas terríveis; só consegui retomar a leitura na semana seguinte.), mesmo assim é uma história estupenda. Então,seguindo o objetivo do Folhinhas de Papel e sob a condição de ainda ter crédito com vocês e , eu recomendo que leiam esse livro!
PS 1: Existe o filme, sueco, deste livro e está para ser lançada a versão norte-americana com o ator Daniel Craig no papel de Mikael Blomkvist.
PS 2: Eu poderia fazer uma resenha bem maior e mais detalhada porque o livro é riquíssimo em tramas e me permite falar muito sobre ele, mas eu encarrego vocês de fazerem a leitura e de se encantarem por Stieg Larsson, querido escritor e jornalista sueco que faleceu sem se deslumbrar com o sucesso de sua saga, como eu me encantei.